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Muito se fala em transformação digital e disrupção. Estes dois termos estão ligados intimamente com a indústria 4.0, que nos últimos 15 anos vem literalmente transformando nossas vidas de forma exponencial.


Desde de quando comecei a me interessar mais profundamente sobre o tema inovação, já li pelo menos três a quatro livros sobre o tema, além de diversos artigos. A maioria deles falam do processo de construção de uma startup, desde o seu início, com promissores jovens no comando, ideias super inovadoras que devastaram o mercado. Alguns falam sobre as inovações trazidas pelas grandes empresas de informática como IBM, Microsoft, Apple e Google. Porém Transformação Digital: Repensando o seu negócio para a era digital, escrito por David L. Rogers, traz a visão de empresas que foram ameaçadas pela entrada de novos concorrentes, muitos deles proveniente de fora de seu mercado de atuação, e que tiveram duas opções: ou repenso nosso negócio ou morro como aconteceu com diversas outras.


O livro apresenta cinco domínios que as empresas precisam se atentar na jornada de se tornarem ou não, digitais: clientes; competição; dados; inovação; e valor. Por fim ele mostra os conceitos de disrupção, o que faz o leitor pensa se a empresa onde trabalho é mesmo inovadora e disruptiva.

A grande sacada do livro são as definições de inovação e disrupção nos dias atuais, que estão mais envolvidas com novos modelos de negócios do que a criação de um novo produto ou serviço.

Cada um dos domínios possui termos estratégicos, conceitos-chaves e o mais importante, ferramentas que ajudam os tomadores de decisão a identificarem qual o melhor momento para mudar o foco do negócio.


Espero que gostem da dica. É uma leitura que vale a pena!

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Foto do escritorMurillo Lima

Há poucos dias estava fazendo uma revisão mental, após uma conversa com minha namorada, sobre as grandes invenções desenvolvidas pela humanidade e cheguei à conclusão que hoje existe pouco o que inventar, entretanto, ainda existe muito o que inovar com o que já existe.


A maioria dos produtos inovadores que utilizamos nas últimas duas décadas, e que consideramos extremamente inovadores, tiveram o seu desenvolvimento nas décadas de 70, 60 e algumas delas na década de 50 e levaram algum tempo até se aperfeiçoarem e virem produtos de massa.


Segundo Christensen (2011) em seu livro O Dilema do Inovador, existem dois tipos de inovação. A inovação Incremental, onde a maioria dos produtos estabelecidos no mercado passam por melhoria de desenvolvimento na sua peformance e a Inovação de Ruptura que é a criação de novos produtos, que inicialmente possuem um pior desempenho no curto prazo, mas que ao longo do tempo passa por melhoramentos. As tecnologias de ruptura trazem ao mercado uma proposição de valor muito diferente daquela que já está disponível.


O telefone celular é o equipamento mais usado hoje pelas pessoas sendo um bom exemplo a estudarmos. Este aparelho foi desenvolvido em 1970 pela Motorola, porém tornou-se popular nos anos 80 nos Estados Unidos, e no Brasil, sua chegada se deu no início dos anos 90, porém foi a partir dos anos 2000 que se tornou amplamente popular.


Em 2007 foi criado o smartphone, onde diversas tecnologias existentes foram agregadas ao celular: tela touchscreen (1971), microprocessadores (1971), computador pessoal (1973), internet (1969), softwares (podem acreditar, desenvolvido por Charles Babbage em 1843), tela de cristal líquido (1968) e cartão de memória (1980), a caçula de todas. A grande inovação foi unir todos estes equipamentos já existentes em um único aparelho, entretanto nada de novo existia ali. Atualmente o que menos fazemos com um smartphone é utilizar a sua função telefone celular, e por incrível que pareça, ele passou a crescer de tamanho, depois de anos encolhendo quando era apenas um telefone celular (CHALLONER, 2014).


A câmera digital, é outro bom exemplo. Desenvolvida em 1975, o seu surgimento parte de uma interessante história que teve uma triste jornada, para quem a criou, uma das organizações mais poderosas do mundo. Steve Sasson havia acabado de se formar engenheiro elétrico quando foi contratado pela Kodak. No mesmo ano de sua contratação, foi incumbido de desenvolver um protótipo do que seria a câmera digital atual. Porém o dilema de se apostar em uma inovação de ruptura como a câmera digital fez com que os executivos da Kodak a colocassem a ideia na gaveta. Quem carregaria aquele “trambolho” em uma viagem? Quem gostaria de ver fotos na TV? Quem iria guardar fotos digital em uma fita cassete? O filme fotográfico não será nunca substituído (CHALLONER, 2014).


Pois bem, três décadas se passaram e quando a Kodak, finalmente compreendeu o erro tentou correr atrás do tempo perdido, mas já era tarde. Além das fábricas tradicionais de câmera como Nikon e Canon, já terem desenvolvidos suas próprias câmeras digitais, novos entrantes vindos do mercado da informática já haviam desenvolvidos as suas câmeras e a cada dia, menos filmes fotográficos eram vendidos. Minha primeira câmera digital foi uma HP. Isso mesmo, a mesma HP das impressoras. Em 2012 a Kodak entrou com um pedido de falência e a duras penas vem tentando se reestruturar.


A gigante Xerox, possuía nos anos 70 um campus de inovação chamado Palo Alto Research Center, o famoso PARC. De lá saíram grande inovações como o mouse do computador (1967), a impressora a laser (1971) e o primeiro computador pessoal, o Xerox Alto (1973).


Muito do que consideramos inovações dos anos 90 e 2000, foram na verdade desenvolvidas muitos anos antes, principalmente nas décadas de 60 e 70 nos primórdios do que seria no futuro o Vale do Silício aos redores da Universidade de Stanford, em Palo Alto, Califórnia.

Atualmente acredito que as inovações que virão serão agregadoras, ou seja, a união de diversos equipamentos ou serviços em uma única plataforma. Plataformas como o Airbnb, Uber e Spotfy, que uniram os serviços, de alugueis, transporte e música com o smartphone (2007), internet (1969), cartão de crédito (1950) e o comercio online (1990) criado por a partir dos fins comerciais da World Wide Web (www) de Tim Berners-lee.


Estamos apenas no início do século XXI e acredito que posso dizer que já estamos em uma época que se cria número maior de novos negócios e serviços do que novos equipamentos e quando um novo equipamento surge ele será a união de outros existentes.


Não há muito mais o que ser inventado em termos de equipamentos. Talvez no campo da saúde, da exploração espacial e da física quântica possamos ver no futuro a criação de novos equipamentos, porém a inovação de ruptura que atingirá a maioria da população, com certeza ela está liga a ao desenvolvimento de novos negócios e serviços com que já estabelecido no mercado.


Referências:

CHALLONER, J. 1001 invenções que mudaram o mundo. 1a edição ed. Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2014.

CHRISTENSEN, C. M. O Dilema da Inovação. 1a edição ed. São Paulo: M.Books, 2011.


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Foto do escritorMurillo Lima

A agricultura é um dos setores econômicos mais antigos e um dos primeiros a se organizarem possuindo grande impacto na vida das pessoas. Com o conhecimento sobre as tarefas do campo passadas de pais para filhos, principalmente em pequenas e médias propriedades, a agricultura é um campo que pode ser explorado no área da inovação voltado para novos negócios.


Mas para isso, precisamos voltar ao tempo e tentar compreender como o setor funciona e como inovou ao longo dos anos, com o desenvolvimento de novas técnicas e novos equipamentos. O homem, desde seus primórdios no período neolítico, domina o cultivo da terra. Umas primeiras inovações foram a domesticação tanto de plantas quanto de animais (MAZOYER; ROUDART; FERREIRA, 2010), ajudaram o ser humano a vencer as primeiras barreiras da agricultura, melhorando a qualidade alimentar e em consequência sua saúde. Nesta época o ser humano utilizava como equipamentos, artefatos feitos de madeira e pedras polidas, tais como machados, facas e moendas para trituração de grãos (MAZOYER; ROUDART; FERREIRA, 2010).


Uma das primeiras civilizações a lidarem muito bem com os processos de agricultura foram os egípcios, aproveitando-se grande oferta de água provinda do Nilo. O ano do antigo agricultor egípcio se iniciava no mês de novembro, quando o nível das águas do rio Nilo começava a baixar. Era neste momento que os camponeses começavam a cavar o solo compacto para a semeadura. Os campos eram arados e as sementes lançadas e com a ajuda dos animais, através do pisoteio, eram enterradas no solo húmido e rico em nutrientes. A principal plantação era de trigo que eram colhidas nos meses de março e processada, novamente aproveitando do pisoteio dos animais, que liberavam os grãos da casca (MILLARD, 1975).


Os egípcios possuem grande conhecimento em como utilizar as vantagens hidráulicas produzidas pelo Nilo, devido às cheias anuais, porém utilizam uma espécie de guindaste, feitos de madeira e cesto, chamados de shadufs, para na época de seca e baixa do rio, para transportarem água para as plantações, que quando utilizados em pares poderiam elevar água retirada do rio por até três metros (BAINES; MALEK, 1980).


Além dos shadufs, os antigos egípcios também utilizavam arados de madeira tracionados por animais, foices, cestos de palhas e uma roda elevatória feita de madeira e conduzida também por animais, utilizada para retirar água de poços através vasilhas de barro amarrada a cordas (MAZOYER; ROUDART; FERREIRA, 2010).


Na idade média começaram a ser desenvolvidas as primeiras culturas de hortas, pomares e vinhedos, através do cultivo de leguminosas, hortaliças, plantas têxteis como o linho e o cânhamo, plantas oleaginoas e forrageiras (MAZOYER; ROUDART; FERREIRA, 2010). Ainda segundo os autores, foi na idade média que começou a se utilizar equipamentos mais pesados, capazes de transportar até 16 toneladas utilizando-se de equipamentos tracionados por animais como: carroças e carroções, carroças basculantes, arados feitos através da manipulação do ferro, além da construção de estábulos.

A idade média também foi importante para o desenvolvimento do comércio de produtos agrícolas, o desenvolvimento e exploração do solo com o descobrimento de novos continentes pelos europeus, através das grandes navegações, que tinha como objetivo principal chegar até as índias. Nestes novos continentes, grandes produções foram estabelecidas.


A mecanização do campo iniciou a partir do século XIX, período que coincide com a segunda revolução industrial, onde também ocorreu a mecanização das industrias. Nesta época foram desenvolvidos o arado mecânico, o semeador, a ceifadeira mecânica, limpadores de grãos, moedores e picadores e o desenvolvimento das primeiras colheitadeiras (MAZOYER; ROUDART; FERREIRA, 2010).

Ao longo do século XX, tais equipamentos foram sendo modernizados, e a partir dos anos 90, a tecnologia da informática, do GPS e da internet, porém sempre focados no desenvolvimento destes equipamentos. Entretanto inovar não é apenas o desenvolvimento de novos equipamentos. Inovar vai muito além disso, e é necessário desenvolver o potencial de novos negócios aproveitando-se do momento da transformação digital onde a verdadeira inovação disruptiva deve gerar valor para os usuários, principalmente com a utilização combinada de equipamentos e o uso da inteligência artificial, a aprendizagem de máquinas, a internet das coisas e o big data (ROGERS, 2017).


A aplicação de drones na agricultura já é uma realidade, combinada com a análise de dados, gerando um uso mais eficiente da água e fertilizantes; o uso de softwares de gestão inteligentes (ERP e CRM combinados com inteligência artificial); desenvolvimento de novos negócios, aproximando o agricultor do consumidor final, reduzindo a cadeia produtiva e garantindo rastreabilidade e qualidade do produto; a utilização da aprendizagem de máquinas na produção de café para controle de ferrugens são alguns das inovações que podem ser utilizadas no campo e que vão além do desenvolvimento de uma nova máquina (ANGELOV; IGLESIAS; CORRALES, 2018; SCHWAB; MIRANDA, 2018; ZUIN; QUEIROZ, 2019).


Para que tudo isso possa acontecer, é importante que o conhecimento tácito do homem do campo seja transformado em conhecimento explícito. Sendo assim, são notáveis as diversas formas de aquisição do conhecimento e a construção de artefatos voltados para a representação do conhecimento neste processo.


A utilização da inteligência artificial, da aprendizagem de máquinas e da internet das coisas, será amplamente utilizada em diversos campos de trabalho e será parte importante do desenvolvimento nos próximos anos e o setor agrário não pode ficar fora desta, que é a quarta revolução industrial.

Todos estes sistemas irão ajudar na tomada de importantes decisões, não substituir o homem completamente. Temos que lembrar que ao longo do desenvolvimento tecnológico, e digo isso pensando nos primórdios da civilização humana, muitas profissões despareceram; outras se aperfeiçoaram; e muitas outras sugiram! Então não tenhamos medo de mudar.



Referências:

ANGELOV, P.; IGLESIAS, J. A.; CORRALES, J. C. (ed.). Advances in Information and Communication Technologies for Adapting Agriculture to Climate Change. Cham: Springer International Publishing, 2018. v. 687.


BAINES, J.; MALEK, J. Atlas of Ancient Egypt. New edição ed. New York, N.Y: Checkmark Books, 1980.

MAZOYER, M.; ROUDART, L.; FERREIRA, C. F. F. B. História das agriculturas no mundo: Do neolítico à crise contemporânea. 1a edição ed. São Paulo; Brasilia: Editora Unesp, 2010.


MILLARD, A. The Egyptians. London: Macdonald Educational, 1975.


ROGERS, D. L. Transformação Digital: repensando o seu negócio para a era digital. 1a edição ed. [s.l.] Autêntica Business, 2017.


SCHWAB, K.; MIRANDA, D. M. A Quarta Revolução Industrial. 1a edição ed. [s.l.] Edipro, 2018.


ZUIN, L. F. S.; QUEIROZ, T. R. Agronegócios: Gestão, inovação e sustentabilidade. 2a edição ed. [s.l.] Saraiva Uni, 2019.



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